terça-feira, 26 de abril de 2011

Mundos paralelos

Existem dois motivos, duas razões, três seres, uma só escolha e muito em que pensar. A confusão alterna entre duas letras: o "D" e o "F". A letra "D" é impossível, intocável... sempre foi. A letra "F" é inalcansável, misteriosa, enigmática e quase frágil. Bem... Se "D" era (e é) impossível, "F" está a afastar-se progressivamente.

A letra "J" parece que parou no tempo. Quando avista o "D" e o "F" nem sabe se há-de ferver ou de congelar. Acaba por ficar quieta num misto das duas sensações como que à espera de um milagre.

É como um detective para um crime - sem provas, não há declarações... E talvez fosse mesmo esse o milagre necessário para poderem existir certezas - Provas... Será assim algo difícil de acontecer? Provas de verdade, de amizade, de amor, fidelidade, honra...

E palavras... Oh como eu gostava de as ouvir... mas o "F" e o "D", tal como o "J", parecem mudos... e cegos, pois não conseguem ver o que estou a tentar demonstrar sem recorrer ao uso de sons, apenas com o olhar. O olhar pode contar tantas coisas...

Ah, pois, é verdade, quase me esqueço de que a letra "D" não deixa de ser impossível e a "F" de ser inalcansável.

O meu tempo está a esgotar-se e, aos poucos, o meu sangue vai-se esvaindo. Quando o corpo não pode sentir, a alma não pode viver, o sorriso não pode ver e o olhar não consegue sorrir.

Ouço o "tic-tac" do relógio que se mistura com os batimentos do meu coração. É assim que morre este som e me arrasta de encontro à escuridão, fazendo-me desaparecer.

Existem dois motivos, duas razões, três seres, uma só escolha e muito em que pensar. A confusão alterna em entre duas letras: o "D" e o "F"... E eu só tenho um desejo.

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