sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Profundezas de um pesadelo

Mergulho profundamente no sonho que reflete a transparência do meu subconsciente.
Como uma gota de água em suspensão, flutuo na minha insanidade... e observo vidas aleatórias que se perdem e reencontram no mar.
Ouço gritos lancinantes que recortam o ar. Tapo os meus ouvidos, pois não o consigo evitar.
Faço por controlar a voz da minha inconsciência, já que observo a própria morte e não quero desaparecer.
Tudo em vão!
Os meus pesadelos transportam tumultuosos sentimentos que transbordam ao captar a minha existência.
Sinto que me afogo na minha imensa frustração... Tenho falta de oxigénio e contorço-me na paixão!
Deixo de contactar aquele que era o meu corpo... Sou só alma. Sou só mente... O coração está demente...
A água levou tudo e o desejo ficou submerso...
Afundo-me enquanto espero... por não conseguir quem eu quero...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Desnorteamento

Destruí a minha vida.
Outrora soube quem era.
Tive um caminho perfeitamente definido para traçar o meu futuro...
E dei cabo dele.
Dei cabo de todas as oportunidades.
Guardei os meus sonhos num inferno de assuntos pendentes...
Entreguei-me aquilo que nunca quis.
Fui derrotada pela vida e por toda a gente que despedaçou a minha alma.

domingo, 20 de novembro de 2011

Mudanças de Clima/Variações de Temperatura

Há pessoas que aparecem nas nossas vidas mesmo na altura certa. Há mudanças que se dão mesmo no momento perfeito. É como se estivesse já, de um certo modo, programado que depois da chuva vem sol... E que após esta passar se há-de formar um arco-íris. É certo que, provavelmente, este se vai desvanecer rapidamente... No entanto, depois a chuva volta, volta também o sol e lá está ele de novo!

Não nos podemos deixar ir abaixo quando chove. É claro que só nos dá vontade de nos fecharmos em casa, isto é, em nós próprios; perder a alegria, cair na rotina repletos de desânimo... Mas há que aprender a ser feliz mesmo nessas alturas... Arranjar uma alternativa e pensar nos pontos positivos deste clima: a calma, pacificidade e o silêncio... Por vezes, também é preciso e, além disso, intercalar tudo isto com a euforia e entusiasmo de um belo dia de sol, acaba por não deixar de ser saudável.

No final, com o passar do tempo e após todas estas variações de temperatura, o arco-íris há-de se formar novamente... Quando nem sequer estivermos a olhar para o céu. E de certeza que, no futuro, esse bom tempo será permanente. Vai anoitecer e esse mesmo céu vai encher-se de estrelas, tal como o sol, que nos vão aquecer a alma e o corpo. Aí tudo vai ser perfeito... Vai-se encontrar um equilíbrio como jamais se viu e, embora continuemos a viver o dia-a-dia com intensidade, vamos ser capazes de manter sempre os pés bem assentes no oceano, ao nível das águas do mar... Porque voar pode ser demasiado alto e não entraremos no erro de arriscar voltar a cair.



domingo, 2 de outubro de 2011

Holding it with one hand, Letting it go with the other

É triste quando temos um caminho para alcançar os nossos sonhos mesmo à nossa frente e este nos é barrado.

É triste quando não existe independência suficiente para fazer o que realmente se quer.

É triste ver as oportunidades a aparecer e ser forçada a recusá-las pelas mais diversas razões.

É um desespero não ter uma resposta quando nos perguntam o que pensamos fazer no futuro. Saber apenas que um dia haveremos de morrer e que esse dia pode chegar a qualquer momento.

É um desespero ter a chave do crescimento e desenvolvimento nas nossas mãos e não saber em que porta a colocar, nem em que casa apostar.

É um desespero ver pessoas como eu a arriscar voar pelo sinuoso trilho da felicidade e sentir-me fraca por não poder fazer o mesmo.

É frustrante não ter um destino definido nem poderes para o criar.

É frustrante sentir-me impotente e não enveredar por estrada alguma... por não me saber conduzir nem dar rumo à minha vida.

É frustrante tentar caminhar de olhos vendados onde só existe escuridão... que só me permite pensar, mas andar não.

É frustrante sentir as cordas que me esganam o corpo e me prendem na segurança, sem saber que me sufocam a alma.


It's awful... It's painful... It's torture...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Demência de estado

Estou sentada no parapeito da minha janela, inspirando o ar contaminado de suspiros solitários e infelizes. Também eu expiro os mesmo sentimentos, contribuindo para aquele ar sufocante e quase extinto.

Embora tenha a lareira acesa atrás de mim, sinto o meu corpo congelado. Apenas a minha alma escapa, sendo aquecida desse artificial modo. O contraste entre o seu calor e o gelo do coração, queima a minha mente e impede-me de pensar e agir friamente.

Todo o mundo arde à minha volta durante a calmia da noite. Permito que os meus sentimentos sejam envolvidos pelas labaredas daquela imensidão para que consiga perceber a intensidade destas minhas emoções.

Absorvo-me no silêncio daquela cerração abafada, na tentativa de calar o grito lancinante que me foge do peito... Mas até esse processo exige demasiada força de mim... uma força que eu não tenho... Em vez de gritos ainda sibilo palavras indecifráveis que me escapam descontrolada e imparavelmente.

Parto, então , para um estado louco e paranóico que, discretamente, vai desintegrando a minha mente e transformando parte do meu ser. Caio num obscuro infinito criado por mim, perdendo-me no meu próprio interior. A respiração começa a falhar... O fogo extingue-se... Restam apenas as cinzas das suas labaredas e um pedaço de gelo intocável que as reflete indiferentemente. De repente, o gelo quebra, ficando somente aquelas cinzas inanimadas... As cinzas que sobraram de mim e que, com uma forte rajada de vento, voaram.

sábado, 10 de setembro de 2011

Fire and Ice are just like Black and Blue

Surgiste-me na escuridão. Durante a minha escuridão. Abraçaste-me com as negras asas da tua solidão e crias-te em mim um turbilhão de emoções e pensamentos. Encontrei-te. Não precisava de mais nada... Só o facto de saber que te tinha junto a mim, dava um novo sabor à minha mísera existência. Tenho tanto medo do futuro... Ou da falta de um futuro só nosso...

Eu dei-te o meu coração e todo o meu ser... Partilhamos a alma. 'A nossa alma'... Enfim, permiti que invadisses o meu espaço e residisses no meu corpo, nas minhas ideias e pensamentos, na minha mente... Deixei-te ver o mundo a partir do meu ponto de vista e tu levaste-me a vê-lo desde a lua. Aliás, prometeste-me o céu e a Terra... mas só me deste as estrelas. A noite pertencia-nos... e agora já não consigo olhar para ela da mesma maneira, sem me lembrar de todas as nossas conversas ao mais ínfimo pormenor. Sinto-me nos confins da Terra, escondida no mais obscuro ponto do subsolo... e tudo porque me largaste a mão e deixas-te cair, mesmo sabendo que eu me partiria, como sempre acontece.

Perdi os meus próprios estilhaços e não vejo maneira de os encontrar. Percorro automaticamente as ruas da cidade na esperança de te ver e os voltar a juntar... Preencher o vazio asfixiante que deixas-te em mim... Mas, por mais que tente, nunca te vejo... Não te encontro... Não me consigo encontrar... Em lugar disso, passo pelos locais onde tudo aconteceu (porque não consigo evitar e porque fica a caminho) e deixo-me invadir pelas memórias e recordações dos tempos em que tudo parecia eterno e perfeito. Como me fui eu deixar enganar? A eternidade é algo sobrenatural, algo ficcional! Não acontece a qualquer ser humano MORTAL que ande por aí!

Não estou a conseguir aceitar a realidade nem percebo o sentido dos sonhos e flashbacks que me atormentam... Gostava de poder fugir dos meus próprios pensamentos, rejeitar as emoções, bloquear os sentimentos! Eu sei que não era tua intenção ferir-me mas deixaste-me outra cicatriz... Num lugar onde nunca ninguém tinha deixado... Na minha alma...

Não consigo evitar a tua presença em tudo aquilo que faço, tudo aquilo que digo e que me dizem, tudo aquilo que vejo, tudo aquilo que ouço... Já não existe mais música senão a tua... E não me refiro apenas aquela que tu crias. Refiro-me também ao próprio timbre da tua voz, ao som das tuas palavras, ao ritmo dos teus batimentos cardíacos.

Maldito destino... Não consigo lutar contra ele neste estado. Talvez fosse capaz de o fazer senão tivesse todas estas emoções a aflorar-me na pele. Mas assim não... Mal me posso mover... Contudo, não quero deixar de acreditar... Só queria que voltasses e que tudo voltasse a ser como de antes... (and no, I am not in love. I just have feelings for you. That's all.)

'Come back... Come back to me...'

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O Estado das Coisas

Ouvi dizer que amanhã é outro dia... e eu tenciono passá-lo resguardada na deprimência sufocada da minha alma, a tentar proteger a réstia de humanidade que há em mim. Sinto o meu corpo a evaporar-se e o som das minhas palavras a desgastar-se cada vez mais. Fazer rolar o destino na direcção do desejo é muito mais difícil do que pensei. Será que do outro lado do espelho se reflecte igualmente a imagem do meu sentimento?